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Lançamento de primeiro FII de escritórios inaugura nova fase da BR Properties*

  • CEO da companhia, Martin Jaco, fala sobre nova estratégia e planos de lançamento de FIIs da companhia para o segmento

Em abril, a BR Properties lançou seu primeiro fundo imobiliário na B3, o BRPR Corporate Offices (ticker BROF11), que passou a ser negociado com dois ativos em seu portfólio. A redação do REsource procurou a companhia, que é uma das maiores do Brasil de investimento em imóveis comerciais de renda, para entender mais sobre esse importante movimento.

Com 16 anos de atuação do mercado imobiliário, a BR Properties se consolidou com foco em imóveis de escritórios e condomínios logísticos, principalmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A estreia no segmento de FIIs com o BROF11, avaliado em R$ 1,23 bilhão em valor patrimonial, marca uma nova fase na história da companhia.

Martin Jaco, CEO da BR Properties, contou que a vontade de gerir fundos de terceiros já vinha sendo ventilada dentro da empresa entre os anos de 2018 e 2019. “Queríamos ter veículos específicos, com público-alvo bem definido, que nos permitisse criar produtos mais direcionados, para aqueles que buscam renda de escritórios consolidados. Isso nos permitiria ter uma estrutura mais leve na companhia”, disse.

No meio do caminho, veio a pandemia de Covid-19, que modificou drasticamente o comportamento dos mercados, principalmente o de escritórios, e os planos da BR Properties para FIIs entraram em compasso de espera. Enquanto isso, “trabalhamos com a redução do nosso endividamento e fizemos a maior venda direta de ativos no país. Com isso, pagamos nossa dívida e ficamos com muita liquidez no caixa. Na sequência, decidimos fazer parte da redução de capital por meio de um FII performado”, acrescentou Jaco.

A venda de ativos mencionada pelo CEO da companhia foi a transação que ficou conhecida como a maior dos últimos tempos do mercado imobiliário comercial, que foi a compra de 12 prédios corporativos pela canadense Brookfield. Anunciada em maio de 2022, a transação de aquisição do portfólio foi de R$ 5,9 bilhões e incluiu empreendimentos icônicos, como o Parque da Cidade e outros.

“Em 2023 os planos se consolidaram e lançamos o nosso primeiro FII de escritórios consolidados para investidores e cotistas que buscam dividendo mensal, com regularidade, com baixo risco. São os dois ativos que permaneceram no nosso portfólio, os dois bem performados, um deles é um Built to Suit com renda da Vale e o outro no coração do Rio de Janeiro, com ocupação acima de 95%. Os dois juntos, nesse mix, entregando um porftólio com alta pulverização, o que gera diluição de risco.”

“O FII já chegou para o mercado com um tamanho importante, sendo avaliado em R$ 1,23 bilhão e portantando, já nasceu entre os cinco maiores FIIs de lajes corporativas do Brasil”, acrescentou Jaco. O ativo no Rio mencionado por Jaco é o Passeio Corporate, um A+, monitorado pela plataforma Market Analytics da SiiLA.

Planos para o futuro

Segundo o executivo, a perspectiva da BR Properties é criar outros veículos nesta linha e fazer com que o fundo cresça, uma vez que a situação econômica dê sinais de reaquecimento. “Acreditamos que volume é importante e vamos crescer à medida em que o mercado voltar a se abrir, em que as taxas de juros voltem a cair e possam ser feitas novas captações”, acrescentou.

O lançamento de FII de galpões ainda não tem data para acontecer, mas segundo o CEO da BR Properties, está nos planos. “O portfólio de galpões ainda não está consolidado, mas pode ser outro produto no futuro. Entregamos área em Cajamar no ano passado, estamos com 50% da área locada”, disse. O condomínio logístico BRPR Cajamar é um classe A+, com 148.931 de ABL, entregue em setembro de 2022.

Com a entrada da BR Properties no mercado de FIIs, a companhia iniciou o processo de transformação da empresa, que até o momento atua como consultoria imobiliária, para se tornar uma gestora. Para a empresa, o segmento de fundos deve continuar crescendo: “Estamos só tocando a água, há muita profundidade nesse mercado”, completou Jaco.