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‘Fundos imobiliários podem subir ainda mais’, afirmam gestores*

Você está preparado para novas altas do mercado de FIIs? Então veja a opinião desses gestores.

A alta do IFIX nos últimos pregões pode ser apenas uma sombra de algo ainda maior. O FIIs.com.br conversou com diversos gestores de fundos imobiliários que foram unânimes: os FIIs têm ainda tem muito espaço para valorização de cotas.

Após amargar baixas sucessivas desde setembro de 2022 até início de abril deste ano, o principal índice de FIIs da B3 “decolou”. André Masetti, gestor do MXRF11 e XPCI11, diz que a expectativa da redução de juros ajudou a movimentar o preço dos FIIs. Ou seja, quando a Selic entrar no ciclo de baixa, a valorização pode ser maior.

Com a taxa Selic em 13,75%, a renda fixa tornou-se uma “ameaça” para a renda variável, afetando o desempenho dos fundos imobiliários. Com isso, muitos FIIs estão sendo negociados com grandes descontos, lembra Gabriel Barbosa, gestor do TRXF11. Ou seja, fundos descontados e com possibilidade de juros em queda, os investidores ficaram animados.

O CEO da BR Properties, Martín Jaco, disse que ainda há muito potencial de alta. Essa é uma oportunidade muito clara para o investidor fazer uma alocação.

Veja quem mais subiu nos últimos pregões

A partir do levantamento abaixo, feito pela Economática, é perceptível que os fundos que investem diretamente em imóveis, os fundos de tijolos, foram os destaques da alta do IFIX, o principal índice do mercado de FIIs. Esses fundos estavam com grande defasagem de preço em relação ao seus valores patrimoniais.

Na tabela abaixo, vemos os 15 fundos que tiveram as maiores valorizações de suas cotas na B3, entre os dias 3 de abril até 19 de maio:

FUNDO TICKER SETOR RETORNO %
FII Rbr Properties – FII-Unica RBRP11 Lajes Corporativas 28,10
Vinci Imoveis Urbanos Fundo de VIUR11 Outros 26,74
Js Real Estate Multigestao-FII-Unica JSRE11 Híbrido 23,35
FI Imobiliario Rio BR RCRB11 Lajes Corporativas 21,05
Bresco Logistica Fundo de Inve-Unica BRCO11 Lajes Corporativas 20,82
Tellus Properties FII TEPP11 Lajes Corporativas 20,19
Devant Recebiveis Imobiliarios-Unica DEVA11 Papéis 18,54
Rbr Alpha Multiestrategia Real-Rbrf11 RBRF11 Papéis 18,52
FII FII Rec Rec Imobiliarios-Unica RECR11 Papéis 17,85
Ggr Covepi Renda FII GGRC11 Logistica 17,44
Rio Bravo Fundo de FII-Unica RBFF11 FOFs 17,02
FII FII Rec Renda Imobiliaria-Unica RECT11 Híbrido 16,93
Santander Renda de Alugueis Fu-Unica SARE11 Híbrido 16,85
Rbr Log FI-Unica RBRL11 Híbrido 16,16
BTG Pactual Corporate Office Fund FII BRCR11 Híbrido 15,44

Os fundos de papéis, estavam com descontos menores, por isso a valorização foi menor das cotas foi menor, afirma Daniel Caldeira, gestor do MGHT11 e dos outros FIIs da Mogno Capital.

O maior destaque foi o setor de lajes corporativas. O CEO da BR Properties comenta que, além de toda a questão da taxa de juros, esses fundos sofreram com o efeito da pandemia em relação ao “retorno ao escritório”. Como eles estavam mais “descontados”, eles também foram os que mais subiram.

Os fundos imobiliários estavam muito baratos; isso também explica a atual valorização das cotas

Os gestores explicam que os fundos imobiliários já estavam com cotas bastante abaixo dos valores patrimoniais, sendo a expectativa do corte da taxa apenas o “estopim” para a valorização das cotas.

Com a Selic no patamar atual, os demais investimentos sofrem um “desconto” para equalizar a rentabilidade, comenta Max Fuji, gestor do RECR11. Por isso, as cotas dos FIIs sofreram quedas sucessivas nos últimos meses. Além disso, ainda há fundo com cotas depreciadas.

O gestor do TRXF11 lembra que muitos desses fundos estavam sendo negociados abaixo do seu valor patrimonial, mas não é só isso. “São negociados abaixo do seu custo de reposição, daquele custo que o investidor teria se ele fosse fazer aquele imóvel do zero”.

Isso explica a arrancada dos fundos de tijolos, em especial os fundos de lajes corporativas. Em seguida, os fundos imobiliários híbridos, que investem em diversos ativos imobiliários também tiveram valorizações relevantes.

Como esses fundos imobiliários de tijolos sofreram mais com a alta dos juros, eles estão se recuperando mais rápido com essa expectativa de queda de juros.

Por fim, a TG Core, responsável pelo TGAR11, vê com muito otimismo essa atual arrancada dos fundos imobiliários, que “aposta” numa melhora ainda mais expressiva para os próximos meses. O head de RI acredita que com juros mais baixos, o aumento das vendas do setor residencial pode aquecer ainda mais o segmento, privilegiando os fundos de desenvolvimento.